Free JavaScripts provided
by The JavaScript Source

nosso bebê: O NASCIMENTO

sábado, agosto 20, 2005

O NASCIMENTO

No dia 15 de abril a Araci acordou cedo, e me disse que tinha passado a noite com uma sensação estranha, uma cólica que não passava, que estava forte. Eu fiquei preocupado, pensando se teria algo errado, mas por sorte tínhamos uma consulta pré-natal marcada para as 11:00hs.
Era sexta-feira, e eu tinha um monte de coisas para fazer, compras para a pizzaria. Tinha que ir ao Ceasa, à um outro atacadista e tinha que comprar briquetes para o forno (um tipo de lenha). O plano era irmos ao médico, depois ao Ceasa, eu deixava a Araci em casa e ia aos outros lugares sozinho.
Quando chegamos ao médico, ele perguntou como ela estava, e ele disse:- Tudo bem, só uma colicazinha chata que me incomodou de madrugada, mas agora está tudo bem.
-Vamos examinar, ele falou.
-Você já está em processo de parto, já está com dilatação. Você vai ficar internada, porque de hoje não passa.
Até fazermos a internação já era meio-dia e meia. Nesse meio tempo, liguei para o cara dos briquetes,e pedi para entregar. Liguei para minha mãe, para meus irmãos, para o João,contei à eles e pedi ajuda, porque eu com certeza não iria trabalhar naquele dia, e alguém precisaria fazê-lo por mim. Perguntei quanto tempo aproximadamente levaria para nascer. Falaram que dependia muito, mas costuma demorar por volta de três horas.
Muito contrariado, e apressado, deixei a Araci no hospital e fui correndo fazer as compras, e deixar na pizzaria. Ligava à toda hora para ela, para saber como estava, e ela falando que estava aumentando. Eu chorava e acelerava mais, e pedia para ela esperar mais um pouco. Ninguém pode imaginar minha angústia, como eu me remoía por dentro.De 5 em 5 minutos eu ligava, e ela falava que tava quase na hora, mas que ia me esperar. Eu chorava mais e corria mais ainda, até que eu liguei e ela não atendeu. O celular caiu direto na caixa postal. Meu coração e minha cabeça não queriam parar dentro do corpo, e eu dava murros no volante e me culpava por não ter ficado com ela, imaginando todo tipo de coisa, e queira me punir porque eu havia prometido estar com ela naquela hora, que eu estaria segurando sua mão, que ela não estaria sozinha e que poderia contar com minha ajuda nesse momento tão importante.
Mas não deu! Cheguei de volta ao hospital às 14:15hs, e me falaram que eu não poderia subir, porque ela já estava na sala de parto, que nem daria tempo, porque até eu me preparar e me vestir para entrar na sala provavelmente já teria terminado, e que os médicos não permitiriam a entrada àquela hora.
Fiquei andando na recepção do hospital esperando uma autorização que sabia que não viria. Eu estava louco para ver a Araci, falar com ela, mas agora ela já estava sendo limpa, porque o Davi já havia nascido, às 14:10hs, mas eu não podia vê-la ainda. Ela estava bem, o parto tinha sido normal e tranquilo, muito rápido, segundo todos, e eu não precisava me preocupar, pois tudo havia transcorrido de maneira muito, mas muito melhor do que poderíamos imaginar. Só me restava esperar, coisa que fazia sem paciência, quando a recepcionista me perguntou: - Você não quer ver o bebê? ele já está no berçário.
Lógico que sim!!!